domingo, 31 de janeiro de 2010

O FLOW

E então ? O que te inspira ? O que faz você realmente feliz ?
Quando vejo as pessoas mecanicamente fazerem coisas, lembro-me dos artistas que seguem seu propósito de vida e se expandem para o mundo. Piaf, Elis, Roberto, Callas, Dalva, Da Vinci, Picasso e tantos outros.
Vi o filme Hanami - Cerejeiras em Flor, com sua delicadeza e propriedade em ressaltar que quando não nos jogamos no que realmente nos faz feliz, morremos. De uma forma ou de outra, morremos. Essa morte pode ser a que conhecemos ou aquela que nos pega no desânimo e na automação do dia-a-dia. Naquilo que fazemos pelos outros ou pela empresa e que nos coloca num lugar perigoso. O Planeta EGO. Para o bem ou para o mal. Para fazer feliz ou triste, esse é um planeta muitoooooo perigoso e falso.

Viver o seu melhor é uma obrigação de todo ser humano. E esse melhor vem exatamente daquilo que te move, que faz você entrar no "flow". Isso mesmo. No fluxo, na free way da luz e da liberdade de sentir intensamente a energia da realização. Muitos experimentam esse flow e uma vez vi um vídeo do Ayrton Senna onde ele fala do tal flow. E ele tenta explicar e consegue dizendo que quando ele entrava num carro de Fórmula 1, naquele pedacinho de lugar, ele não pensava em nada, não queria nada, não lembrava de nada. Vivia apenas o momento presente. Sem referências ou pretensões. Sequer a vontade ou a expectativa (terrível e pretensiosa) de vencer. Ele simplesmente fazia o que fazia de melhor. Simples. Isso mesmo, muito simples. Quando a gente faz o que realmente AMA, tudo fica simples e fácil. E o melhor: sem nenhuma expectativa.
Quando é realmente da alma e não do ego, fazemos bem feito e de repente dizemos: "nossa, fui eu que fiz?". Na verdade não percebemos o nosso melhor, por isso nos assustamos. Que bobagem....que prejuízo a nós mesmos, o desperdício da VIDA. O desprezo ao nosso verdadeiro talento. E tantos e tantos exemplos nós temos e não reconhecemos ou não assumimos para nós mesmos. Por isso o alerta. Temos tempo e chance de colocar esse talento pra fora. Temos sim. É só acionar o "botãozinho" que eu chamo de dispositivo de flow para que essa nova energia flua pelo corpo e pela alma, te dando os verdadeiros sinais de vida e de que vale muito a pena estar aqui.
Boa sorte nesse encontro da alma e nessa despedida maravilhosa do ego.

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Um dia de cada vez

E de repente surge um novo ano, assim em 1 minuto, depois da famosa contagem regresiva. E o que muda ? Nada ou tudo, dependendo da energia e da crença que você coloca nisso. Na verdade, o mais importante é acreditar que com a passagem de ano você pode comer menos, comprar menos coisas, cuidar mais da família, dar mais atenção aos filhos e amigos, fazer academia, trabalhar menos, etc...Como se fosse num passe de mágica essas coisas caem do céu e fazem de você uma "nova" pessoa. Sinto em dizer que não é assim...Esse mudar faz parte de um caminhar. Para mudar é peciso andar, errar, fracassar (todos devem fracassar), entender, avaliar e agir. Por isso leva tempo, e as vezes muito tempo. E esse tempo é preciso, é necessário e faz parte da evolução e da acomodação das coisas. Mas mesmo assim você quer que no dia primeiro do novo ano, você mude. E se não mudar e se não cumprir a tal louca promessa, se frustra e reinicia o processo de sabotagem e penitência. Come mais, compra mais, trabalha mais, engorda mais, dá menos e menos atenção aos que você ama e com isso acaba por se amar menos também. Lamentável engano achar que um minuto, um dia ou até mesmo um ano pode mudar tudo.
Esse é um processo que as vezes ou muitas vezes dura anos, décadas e para os que acreditam; pode durar vidas.
Mas devemos esperar tanto ? A resposta é não. Mas devemos sim, começar com determinação e fazendo bem feito uma coisa de cada vez. Se você pode fazer várias coisas ao mesmo tempo, o perigo é não curtir cada uma delas, é não se deliciar com cada momento de mudança e aprendizado. Esse é o verdadeiro legado para si mesmo, ou seja, a força e a humildade de quem quer se ver, se conhecer e deixar a sua verdadeira essência e propósito de vida brotarem com as mudanças, aprendizados e também permanência do que faz bem para o próprio bem.

Lembrar-se de estar vivo no primeiro minuto do novo ano, tá mais do quem bom. Imagine aquelas pessoas da Ilha Grande e de Angra, que nesse mesmo minuto ou minutos do novo ano, descobriram que o mundo era terra (muita terra), água e falta de ar, falta de vida. E nós, achando que na virada do ano um milagre aconteceria e que o chefe mudaria ou que teríamos mais tempo para todas as coisa que nunca tivemos. Então acredito que basta mesmo saber e agradecer a vida. Saber a vida é poder evoluir com ela. Aprender o passo a passo e criar novas atitudes diante dela e de nós mesmos.
O problema é que quando a tal da mágica da virada do ano não acontece, perdemos a chance de nos planejarmos novamente, por mais um ano e vamos atropelando o nosso dia-a-dia como se fosse uma maneira de nos violentarmos.
A chance de mudança vem da chance que criamos para nos entendermos melhor e mais a cada dia. Como se fosse um mantra que deve ser repetido diariamente com disciplina - que é o ato de estar pleno de si - e o desejo de ser melhor a cada minuto de cada ano, que tem normalmente, 365 novos dias. É uma bela chance de não acreditar em mágica e partir para a crença de que podemos viver um dia de cada vez.