terça-feira, 20 de dezembro de 2011

A Era de Aquarius

Muitos dizem que a Era de Aquarius acabou de começar. Muitos acreditam que esse NOVO ANO de 2012 vem com a missão de desenvolver na HUMANIDADE o espírito de solidariedade e de responsabilidade. Essa tal responsabilidade que não é só em relação a mim mesmo, mas também em relação ao OUTRO. Responsabilidade por nós mesmos, nossa família, nossos amigos, nosso condomínio, nossa rua, nossa vila, nossa cidade, nosso país, nosso planeta.
Sentir-se verdadeiramente responsável, toca no princípio daquele que protagoniza sua própria vida, daquele que se conhece, que não tem medo do outro e por isso entende, aceita, tem compaixão e finalmente AJUDA. Sim, ajuda. Palavra mágica que pode fazer mudar um planeta. Ajuda sem EGO, pelo simples interesse de se vincular a alguém. Pelo simples interesse de fazer algo pelo outro sem nenhuma EXPECTATIVA de reconhecimento. Tarefa difícil, porém possível para aqueles que têm a leveza no coração. Podemos ser leves, nascemos leves, engraçados, divertidos, desajeitados, sorridentes e com muitos e muitos erros. Ao longo da vida vamos enrijecendo nossa alma, nosso coração, nosso corpo e nossas ações. Que pena...

Esse novo ano de 2012 será o meu ano de esperança e ação. Será o ano em que eu quero a profundidade do SENTIR e a responsabilidade de querer cumprir com o meu propósito de vida, mais e mais. Esse novo e belíssimo ano de 2012 poderá ser sim, o ano de todos nós que queremos a vitória da humanidade sobre a desumanidade. O ano em que levaremos na memória para nossos filhos e para as gerações futuras. O ano das relações verdadeiras e claras. O 2012 que traz a Era de Aquarius e sua essência de luz e prosperidade. O ano que a prosperidade de um, pode e deve ser a prosperidade de todos.

Compartilhar e entender o outro não é tarefa fácil, mas devemos insistir nisso. Deixar o egoísmo de lado e a individualidade exagerada pode ser uma promessa para esse novo ano de 2012. Isso para evitarmos a vergonha alheia e a própria vergonha de nos esconder de nós mesmos e de não cumprir com a nossa promessa INTERIOR.

Pois então, que esse final do ano de 2011 venha sem promessas ditas ao vento. Sem as famosas listas de coisas que queremos deixar de fazer e outras que queremos realizar, mas que nunca realizamos. Que esse final de ano de 2011 venha com a promessa calada do coração que ouve tudo e que assim, é capaz de gravar em luz e energia o nosso verdadeiro e mais profundo desejo. Que esse final do ano de 2011 traga a responsabilidade dos que acreditam na LUZ ALHEIA porque tem a LUZ PRÓPRIA bem resolvida e acima de tudo assumida. Que nossa força seja soberana diante das dificuldades e que a Era de Aquarius seja bem vinda aos corações dos que querem AJUDAR e SALVAR. Que a diversão nos acompanhe e que o amor seja curador em toda a sua capacidade de doação e plenitude.
Feliz, Feliz, Feliz Novo Ano de 2012. O ano em que queremos, podemos e devemos.

artigo originalmente escrito para a revista EstiloTênis # 5
http://issuu.com/estilotenis/docs/estilotenis_5

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Os Jovens Superando o Insuperável

Esse post vai para a galera que tenho encontrado na minha vida e que faz parte de um movimento lindo de pessoas que querem crescer e ser melhores a cada dia. Vai para os ávidos pelo desenvolvimento e pelas descobertas. Vai para os que podem se satisfazer com uma coisa de cada vez, com cada conquista e assim, serem os PROTAGONISTAS da própria vida, sem se vitimizar ou achar que a CULPA está sempre no "outro". Esse post já foi artigo da revista Estilo Tenis, mas resolvi "blogar" para os que passam por aqui. Esse post vai pra minha alma de menino. E que ela sobreviva e viva sempre dentro e fora de mim. Que assim seja !!!

Falar dos jovens já é um desafio. Mais ainda quando esse desafio está em superar seus próprios desafios, metas, posições. Isso porque por princípio, esses jovens já são o puro desafio. Já nascem com esse dogma terrível de terem que superar tudo e todos, SEMPRE. Lamentável engano de uma sociedade que impõe a esse público o objetivo de conquistar sempre mais e mais e se superar a cada partida de jogo, a cada etapa da vida.
Considero que um indivíduo só se supera (baita desafio) quando ele quer realmente que isso aconteça e se coloca a frente das dificuldades de maneira pacificada e tranqüila. Não estamos falando aqui de um jogo de “faca na boca”, mas de um desejo profundo e verdadeiro de querer se transformar e conseguir algo que está no seu propósito maior de vida. Ai sim, essa “superação” vale a pena.

Entrar numa companhia como trainnee, é sem dúvida o sonho de muitos jovens, mas ai estamos falando de um sonho próprio e nesse caso é super válido seguir o sonho. Afinal é pra isso que estamos aqui nesse planeta. O perigo é a imposição que pais, família e sociedade colocam frente aos jovens para que consigam um lugar, uma posição numa empresa bacana para que este fato possa preencher os desejos de outros e muitas vezes – por último – do próprio indivíduo. Claro que é muito difícil não sucumbir a tanta pressão, mas se o jovem teve uma boa base familiar com valores claros e acima de tudo, liberdade de pensamento e ação, com certeza sua escolha será mais assertiva e terá a ver integralmente com seu propósito de vida. Falar de base familiar é muito importante e porque não dizer essencial, pois está na família e no meio que nos cerca, nossas primeiras escolhas e nossa visão de mundo. Por isso, se o jovem nasceu e foi criado num ambiente cujo alicerce é a liberdade e o respeito individual, ele tem grandes chances de caminhar com as próprias pernas, assumindo suas escolhas e definindo por si só o seu futuro.

Acredito que quando temos uma vida bem resolvida, temos escolhas mais bem feitas. Quando nos conhecemos e fazemos um mergulho profundo em nossa luz e nossa sombra, temos mais ferramentas para sermos protagonistas de nossas vidas e assumir nossos acertos e erros.

Sem dúvida que, iniciar uma carreira corporativa como estagiário e depois trainnee de uma grande empresa, pode favorecer para um futuro mais promissor nesse ramo profissional. Porém não podemos deixar de pensar nem ressaltar que na vida os jovens têm outras inúmeras escolhas para trabalhar e serem felizes. Escolhas que fazem parte de uma centena de vivências adquiridas por eles. Vivências e experiências patrocinadas e incentivadas, em primeiro lugar, pelos pais, família e amigos. Essas visões de mundo dão aos indivíduos mais alternativas, mais volume de escolhas. Isso é que é bom na vida. Ter “estoque” de experiências para escolher mais tarde. Isso vale para viagens, shows, festas, momentos importantes que muitas das vezes nos privamos e privamos nossos filhos de viverem. Pois então, para ter sucesso na carreira de trainnee, em primeiro lugar, é importante parar, pensar e sentir por quem este caminho foi traçado. Ajudar não é pecado, mas impor, é invadir o sonho do outro sem permissão. Bravo! Para as escolhas de cada um, mesmo que muitas vezes, elas sejam o contrário do sucesso pretendido por todos.

artigo originalmente escrito para a revista EstiloTênis #4
http://issuu.com/estilotenis/docs/estilotenis_4

domingo, 19 de junho de 2011

Noel FASHION

Então você vai a um desfile de moda e encontra Noel Rosa.
Nada mais adequado e ao mesmo tempo inusitado. De repente a música de Noel com toda sua poesia, amor, luz e arte invade a passarela do Ronaldo "Rosa" Fraga e inspira a todos numa corrente inacreditável de alegria e esperança.
Sim, experança de um Brasil e de um povo realmente FELIZ. Que canta e dança assim nesse ar quase sempre blasé de um desfile de modas. Ronaldo conseguiu provar e comprovar que nós, os brasileiros, (muito copiadores de quase tudo) podemos colocar MODA NA RUA com brasilidade sem ser verde, amarelo, bananas, araras ou abacaxis.

Uma moda de arte e música de bom gosto. Arte pura. Magia de um homem com suas lentes loucas, conseguindo atrair uma multidão para a segurança de quem sabe fazer moda com estilo brasileiro. Verdadeiramente brasileiro. Um Brasil carioca, mas do mundo. Um Brasil que sabe que fazer moda, pode sim se deixar levar naquilo que a gente tem de melhor.
Ronaldo "Rosa" Fraga explodiu com todo seu talento em uma noite de brasilidade fashion. Numa moite de arte fashion com humor, amor e cor. A cor das calçadas da Vila. A Vila Isabel que tanto conheço. A Vila de Noel, que agora Ronaldo joga mais e mais para o MUNDO. Para o mundo da moda que por muitas vezes é mega elitista e que cerca o povo com suas grades e cordas invisíveis. Noel chegou do céu e da Vila para as passarelas, esbanjando sua carioquice e seu jeito malandro apaixonadamente carismático, leve e até engraçado.

Uma moda de curvas, laços, claves, rodas, babados, notas musicais e acima de tudo de AMOR e ALEGRIA. Ronaldo "Rosa" Fraga conseguiu isso. Foi para mim uma mistura de orgulho e saudade. Uma saudade daquela que dói gostoso no coração. A saudade do Rio da Vila, das músicas de Noel que eu tanto ouvi da boca da minha avó, do meu pai, da minha mãe e dos velhos que me ensinaram tanto e que ainda me ensinam. Uma Vila do Rio resgatada como uma vila mesmo. Com suas casas pequenas, seus quintais de plantas que curam, suas cadeiras na calçada e sua gente feliz. Gente a cantar Noel e a desfilar suas músicas com encanto, magia e verdade. Isso tudo se misturando a top models com seus corpos "corretos" vestidos de Noel e desfilando numa passarela calçada e iluminada pelos confetes de carnaval.

Noel esteve presente com Ronaldo. Os que viram e sentiram, puderam se orgulhar de ser brasileiros. Os que viram e sentiram os músicos da Vila tocando e cantando num cenário da Vila do Rio que se chama Isabel, puderam notar que a MISTURA é poder de arte. É coragem de trazer o nosso melhor para o mundo e sacudir um pouco as senhoras e senhores "vestidos" em seus saltos altos. É irreverência pacificada e iluminada pela vontade de fazer o melhor com o nosso melhor.
E esse melhor veio e pode vir sempre. Isso porque somos maravilhosos. Somos ótimos e criativos. Somos alegres e irreverentes. Podemos sim, terminar um desfile de modas cantando, dançando, pulando e fazendo uma verdadeira batalha de confete. A batalha que não fere e não mata. A batalha criativa e iluminada pelo nosso simples prazer de ser FELIZ e alegrar a VIDA.
Ronaldo "Rosa" Fraga conseguiu isso com seu time de pessoas que acreditaram nele e foram junto atrás do cordão da Vila de Noel. Atrás de um sonho que virou realidade, no melhor jeito brasileiro de trazer pra todos uma moda de música, luz e muita arte.

Ahhhh...e "Se eu morrer, não quero choro nem vela. Quero uma fita amarela, gravada com o nome dela". Nada mais poético, carioca, samba e paixão.

BRAVO Noel!
BBAVO Ronaldo!
Que essa moda não vire moda...Nunca !!!

domingo, 10 de abril de 2011

RIO Animado

E não é que o Carlos Saldanha fez um RIO animado mesmo ? O filme/desenho/musical/tudo, RIO é uma deliciosa viagem a um RIO que eu amo. O RIO despretencioso e cheio de amor, alegria, música e beleza. Ontem saí do cinema feliz, orgulhoso e com a sensação de que era famoso. Muito famoso...
Depois de uma semana de muita tristeza com as perdas que tivemos no Rio. Depois de tudo o que vimos e que nunca havíamos visto antes no nosso país, pude sentir um gosto gostoso na boca e no coração. Estava meio amargo com tudo o que aconteceu e que definitivamente não nos pertence. E de repente vou ver o RIO e me apaixono por tudo. De novo. Graças a Deus!

E então, alguns dizem que não é lá essas coisas ou que eperavam mais...E eu pergunto, mais o que ? E alguns insistem em dizer que o Rio nem é assim do jeito que é mostrado. E eu respondo: O meu RIO é assim sim. É assim mesmo. E tem outros que dizem: mas o Rio nem tem tanta arara e pássaros assim. E eu respondo novamente: O meu RIO tem muitos pássaros, araras, e tudo que tem cor, vida e alegria.
Por que só os desenhos animados de outros lugares e outros países e até outros planetas, podem ter de tudo e os nossos não ? Por que somos tão "exigentes" com as coisas que fazem e falam de nós ? Pois o cara, que é brasileiro, mandou muito bem e fez um RIO bem cuidado, alegre, divertido, apaixonado. Tudo acontece ao mesmo tempo e a ginga e o jeito carioca não ficaram de lado. Tem muito o que sentir e se orgulhar. Além das aventuras de um desenho animado "normal", tem o amor louco, liberto e contrário de duas araras. As duas brasileiras, é claro, mas uma meio americana que vivia FELIZ no seu mundo, mas que infelizmente não tinha aprendido a VOAR e a outra carioca, livre e louca. E o filme mostra isso: como aprender a ser livre. Como aprender a voar. LINDO !!! O amor, a coragem, a força e acima de tudo o SENTIR liberto de todas as amarras fazendo voar. Um Rio que faz voar e sentir através de personagens pintados de todas as cores. Um tucano amigo do peito e uma arara livre e forte que ensinam a outra arara - sem querer ensinar - que o poder da verdadeira conexão está ancorado no nosso CORAÇÃO. Coisa difícil de ser acionada nos dias de hoje...

RIO é assim. Muitas conexões, com um toque de magia e liberdade. Um Rio de antigamente, mas com a cara de hoje. Um Rio que mistura todas as tribos e todas as formas. Um RIO com muitas licenças poéticas - e o Carlos Sandanha tem esse DIREITO - e com uma trilha sonora digna da maior reverência. Uma trilha que fala do amor e da alegria. Uma música que tem a NOSSA CARA. Apaixonada e feliz. Somos das cores, dos sabores e da emoção. Vivemos tudo e queremos tudo. Assim, ao mesmo tempo. Mega exagerados com um desejo ardente de contar ao outro tudo o que acontece. O RIO do Carlos é assim. Agora ele é meu amigo, meu compatriota, meu conTERRÂNEO de crença e de alma. O Carlos, criador das duas araras e de seus amigos brasileiros e americanos, sem distinção, sem poder ou frescuras. O Carlos brasileiro que deu certo lá fora e que agora, depois de muito tempo, consegue dar o seu grito de amor e gratidão. BRAVO !!! Digo eu ao Carlos e ao seu grito leve e alegre pelo poder de levar ao mundo as nossas cores e a nossa alegria. Bravo por levar ao mundo um RIO ANIMADO, poético, diferente, com o NOSSO Cristo Redentor iluminado pela fantasia e pelo amor. Um RIO brasileiríssimo com tudo o que isso pode significar. Um RIO que chegará a todas as pessoas e crianças do mundo e que com isso poderão se apaixonar e vibrar com as asas azúis da liberdade. Sim, a liberdade do Carlos é AZUL e não podia ter outra cor. Somos nós. Livres e alegres. Ardentes e apaixonados. Coloridos e divertidos, arrancando o melhor dos nossos corações para ajudar o mundo a ser melhor.

Telling the World !!! Música que simboliza o amor, o romantismo e a liberdade. Telling the World que somos maravilhosos e que podemos sim ter o RIO e o BRASIL que merecemos, desse jeito que o Carlos fez. Com tudo mesmo, incluindo as favelas bonitas, as praias limpas, a Sapucaí colorida, o céu azul, a areia branca e por que não; muitas e muitas araras e pássaros coloridos cantando e dançando numa floresta que só pertence a nós, porque está no nosso CORAÇÃO.

Valeu Carlos. A partir de agora você tem mais um amigo do coração.

domingo, 27 de março de 2011

O Eixo

Hoje. Só consegui escrever hoje sobre tudo o que aconteceu, e que AINDA está acontecendo no Japão, ou melhor, no planeta.
O problema também é nosso, não e só deles. A solução e as respostas (porque elas existem)pertencem a toda HUMANIDADE.
Conheço bem aquele país e a sua gente. Tive a oportunidade maravilhosa de conviver com eles e sentir tudo o que um ser humano pode sentir: admiração, carinho, respeito, impaciência, intolerância, compaixão, amizade e até raiva. Assim, desse jeito, foi minha relação com o Japão, que depois de um tempo foi se tornando mais leve e mais imperfeita. Como deve ser. Imperfeita...Com amores e raivas.

Quando vi as imagens estava longe da minha família e me deu um aperto no coração por estar longe, por não poder comentar, falar sobre o assunto e dizer o quanto eu sentia. Estamos vivendo um aprendizado incrível com aquele povo. Aliás, mais um dos muitos que os japoneses nos jogam, nos tentam passar. Eles esperam pra fazer certo e nós fazemos para ver pronto. Eles pensam e nós falamos. Eles sentem e nós vivemos tudo intensamente. Uma aula de ambos os lados. Os lados que se completam e que por muitas vezes não se aceitam.

Hoje o Japão vive o tempo do planejamento que não deu certo. O tempo do tudo que virou lixo e do lixo que vai virar tudo. A capacidade de construção e reconstrução daquele povo é notória e admirável. Eles aprenderam com a cultura do arroz a terem paciência e insistência. Além disso, aprenderam a se curvar, pois o arroz se planta e se colhe com a cabeça baixa. E eles se curvaram diante da natureza, que num momento de rompante único, manda para aquele povo o que aquele povo SABE receber. E eles se curvaram, sem a revolta dos que não entendem, mas com a sabedoria dos que sabem que tudo é possível.
E agora irão reconstruir mais uma vez o seu país, as suas coisas, as suas dores e os seus sentimentos. Irão se perguntar como podem se prevenir mais ou melhor ainda, irão no silêncio de seus templos não encontrar as respostas e mesmo assim, saber respeitar a ignorância, o não saber e as perdas, os términos. E como nós ocidentais reagiríamos a tudo isso ou ao nada que é isso ? Nós que somos oriundos da cultura do milho, que dá até em beira de estrada e que é colhido com a espalda ereta e a cabeça bemmmm erguida.

Sim, temos que aprender muito com eles. Sim, eles têm que aprender muito conosco. E a natureza com sua maestria e exuberância (para o bem e para o mal), nos faz olhar para o lado de cima, nos faz pensar "e se fosse conosco?", nos faz ter a possibilidade de entender coisas e mais do que nunca, de cosiderarmos que nós somos NADA ou podemos ser TUDO diante dela.
Esse povo do sol nascente entende de viradas, sabe o que é esperar e fazer na hora certa. Mas, diante do seu lado "sombra" de planejar sempre tudo e de querer de forma visceral a perfeição, encontram talvez agora uma das maiores oportunidades de virarem um pouco o eixo de sua alma e de seu coração. O eixo da terra não se movimentou por acaso. Temos nós é que mover o nosso eixo. Mover para a LUZ que cada um de nós tem dentro de si e que pode - definitivamente - ser o grande processador de novas escolhas, novos hábitos, novos olhares, novos aprendizados, nova VIDA. Renovar é preciso, assim como reviver é preciso. A natureza faz isso. Se recria, se re-inventa, se renova. Mas nós, diante do nosso EGO e da nossa necessidade de CONTROLAR tudo, não podemos nos permitir a rotação do eixo, o tsunami interno, a transição da vida.
E nós diante da nossa arrogância dizemos que estamos mal porque estamos "fora do nosso eixo". Isso pode ser muito bom. Ficar fora do eixo. Experimentar o desconforto é melhor do que o desconforto nos experimentar... Entender que estar fora do eixo é diferente de ficar fora do eixo. Ser e Estar. Experimentar ou Permanecer. Mais uma escolha. Porque tem gente que FICA e permanece fora do eixo e realmente não consegue aprender. Mas tem gente que ESTÁ fora do eixo e sabe que essa é uma bela oportunidade de se revisitar, de experimentar e se recriar. Assim como a natureza, se recriando a cada momento.

A mudança ocorreu. E agora ? Todos podemos e devemos olhar pra isso como fonte da nossa transição interna. Já dizia William Bridges: Nós não resistimos à mudança. Nós resistimos à transição. Pois então parais de blasfemar contra a escolha que não é TUA. Parais de olhar para as mudanças de FORA, como se aquilo não tivesse a menor interferência no que pode transicionar por dentro. Hoje o povo japonês está vivendo na pele uma das maiores catástrofes da sua história. Uma mudança DE FORA que deixa lastros infinitos e eternos, mas que dá a chance de uma transição vitoriosa diante da vida.
Podemos crescer na dor ou no amor. Eu sempre prefiro o amor, pois é mais gostoso e confortável. Mas, assim como muitas coisas na vida, nós também não controlamos isso. E a dor nos faz sim crescer. O desconforto e as perdas nos faz sim mudar. O fracasso nos faz sim aprender e devolver pra vida o que ela nos dá. A vida com toda sua capacidade de errar, com toda a capacidade de não saber prever e nem planejar. Assim como a natureza, que diante da sua impotência de fazer previsões, reage e grita por mudança, Sofre, corre e vibra com seus mares e terras por pessoas mais capazes de entender que até ela (a natureza) pode sim mudar o seu eixo.

Pois então, que possamos dar a chance a nós mesmos de entendermos tudo isso e sermos capazes - porque somos - de também poder mudar o nosso eixo.
Sempre é tempo. Sempre há o que ajustar.

domingo, 6 de fevereiro de 2011

A Perfeição

A palavra que ecôa no filme O Cisne Negro é a que por muitas vezes nos persegue: PERFEIÇÃO. Foi isso e muito mais o que se pode ver e sentir nesse filme onde Natalie Portman mostra o que pode ser feito quando verdadeiramente entramos em FLOW. O thriller super psicológico e bastante tenso, revela uma atriz que há muito tempo não via. Revela também de forma visceral o nosso lado luz e o nosso lado sombra.
Na verdade faz uma inversão do esteriótipo da luz que pode ser boazinha, doce, terna, educada, mas FALSA. E por outro lado, a dita sombra assim meio rebelde, livre, solta, sem muitos dogmas e abruptamente voraz, mas que ao mesmo tempo se mostra VERDADEIRA. Uma obra prima de filme que apesar das fortes cenas de tensão, se expande num horizonte de verdades desconhecidas por muitos, como por exemplo a FORÇA e a GARRA desavergonhadas que nos fazem crescer, mostrar quem realmente somos, liberando por muitas vezes o nosso MELHOR.

A perfeição tão buscada por Nina, a bailarina do Cisne, é sem dúvida o seu maior lado sombra. Quando queremos e almejamos essa perfeição, nos esquecemos de que é exatamente no dito imperfeito que está a nossa capacidade de revelação maior, que está o nosso ímpeto de liberar o nosso melhor sem o medo do JULGAMENTO. Se achamos que seremos julgados e criticados é porque nos julgamos e nos criticamos primeiro. Nina fica presa nessa armadilha do medo que a impede de ser ao mesmo tempo a bela e a fera. Sem que a fera seja essa coisa má e temida. A referida fera é a autenticidade que se joga e se doa no seu mais digno papel: o da liberdade.

O filme é a nossa realidade nua e crua. Vista e velada. Somos nós nos papéis opostos de luz e sombra nesse disfarce que por muitas vezes, nos faz seres bloqueados e infelizes.
A perfeição buscada e perseguida é um caminho muito perigoso. Muito mesmo. Ouvir o elogio (ou ameaça) de que o que fizemos foi perfeito, nos joga direto no tal do EGO, que por sua limitação binária nos estimula a querer repetir o feito para a tal perfeição chegar ou ser reconhecida. É claro que queremos fazer bem feito, mas isso é diferente de querer a perfeição. O perfeito melhor vem do nosso coração aquecido, do nosso sentir pleno e da nossa auto-estima elevada por nós mesmos e pelas pessoas que amamos.
Nina precisava de aprovação e reconhecimento o tempo todo. Lamentável eqúívoco da sombra, que pela falta de luz se esconde no olhar e no reconhecimento do outro. E aí vem uma corrente que pode não ter fim: quanto mais necessitamos da aprovação do outro, mais nos distanciamos de nós mesmos, mas aguardamos o julgamento, mais desenvolvemos o senso crítico exagerado, mas pensamos o que vestir para nos enquadrar no sitema alheio, mas nos atrofiamos, mas nos abandonamos, mais e mais nos excluímos. É claro que temos dógmas e paradígmas numa sociedade, mas acima disso está a nossa verdade interior e a nossa inteligência emocional que deve ser capaz de olhar para o relativo e entender o contexto ao invés de SER o contexto.

Cada cena do filme tem um valor de vida impressionante. Os diálogos e as palavras simples ou exageradas, nos remetem ao poço que somos. Algumas pessoas têm poço com fundo, outras têm poço sem fundo. Quando a gente tem a oportunidade inigualável de chegar no chão do poço - como a Nina conseguiu - temos a chance de pular ou de ficar por lá mesmo. Parados. A briga entre a luz e a sombra é ferozmente descrita no Cisne Negro. Uma delícia arrepiante de ver e sentir. Ela brigando com ela mesma para ser uma pessoa só e de preferência PERFEITA. Que coisa !!!

O grito imposto pelo Diretor da compahia de balé para que a Nina SINTA é retumbante. Bate na gente como uma pedra quente de fogo, nos golpeando para parar de pensar na perfeição, na técnica, no processo, no julgamento e partir para o fluxo do sentir e da verdadeira emoção. Aquela que é só nossa, de mais ninguém. Assim, desse jeito o tal diretor diz pra ela sentir raiva, indignação. Diz pra ela acordar, se importar e parar de pedir desculpas. Muitas desculpas podem significar muitos medos. Medos que escondemos até de nós mesmos para não nos julgarmos. Loucura ? Não. Verdade.
Pois então, libertados no medo do julgo, somos seres plenamente capazes de caminhar na "freeway" da prosperidade e do sucesso. O melhor da gente vem da gente. Nossa luz e nossa sombra quando se conhecem e passam a conviver sem medos ou preferências, se distanciando assim do embate pela perfeição, podem dar bons resultados para nós e para os que nos cercam.
É também uma questão de escolha. Uns preferem viver na luz, outros na sombra. Mas o excitante mesmo é ter os dois cisnes dentro e fora de nós. O branco e o negro. Mesmo que do lado avesso, sendo o negro a maior e mais arrebatadora forma de dizer que a perfeição não cabe para os que querem a LUZ e a LIBERDADE.

Gosto quando pessoas fazem filmes ou qualquer arte que dá uma sacudida na gente. Contribuição maravilhosa do diretor Darren Aronofsky. Esse filme me sacudiu e tenho certeza de que ainda vai sacudir muita gente.
Desejo sinceramente uma vida IMPERFEITA para todos nós !!!

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

As Doze Badaladas

E de repende, como por um passe de mágica, dá meia-noite e todo mundo resolve que tudo vai ser diferente. E pode ser mesmo, mas vai depender de cada um, de cada desejo próprio, de cada vontade retumbante de se transformar. Na verdade, deveríamos aproveitar esse momento único onde quase todo planeta se une para CELEBRAR, torcer, se energizar em um só pensamento. Acredito que toda essa energia e vibração, pode sim fazer o movimento de mudança. Mas, assim como nas doze baladadas da Cinderela, na vida real a mudança está FORA, no externo. Tudo acontece fora de nós. Os fogos, os abraços, a champagne, os amigos, a família, a praia, enfim, tudo vibra fora e nós queremos que com esse movimento todo a gente possa mudar junto. Triste engano...

E nessa hora, tome pedido, tome torcida para que tudo seja diferente e tome promessa pro ano seguinte. Mas e dentro de nós ? O que acontece ? Falo da transição que cada um deve passar para que as mudanças sejam entendidas e praticadas. Falo da CRENÇA de que somos RESPONSÁVEIS pelos nossos atos e nossas vontades. Cada um tem o seu momento de transição. Cada um tem o seu passo de mudança. Ao contrário do que todos imaginam, não resistimos às mudanças (que são externas), resistimos à transição (que é interna), que está na condição de ser e viver de cada um de nós.

A Cinderela não estava PRONTA para ser princesa de vestido pobre e rasgado, por isso pediu para ficar com o vestido rico e bonito; e quando deu meia-noite... pronto o feitiço acabou! A mudança surgiu, novamente. Coitada...E aí ela saiu correndo feito uma doida porque na verdade de dentro, ela não queria, não entendia aquela mudança. Mas que na verdade, fazia parte da sua vida. Tudo voltou ao NORMAL.
Por muita vezes queremos assumir aquilo que não somos. Por muitas vezes comemos aquelas 12 uvas, vestimos branco ou damos aqueles 12 pulinhos, porque seguimos o movimento de fora. O movimento alheio. Temos é que dar os nossos PULOS INTERNOS, para que tudo possa fazer sentido e de maneira realmente legítima a gente possa se unir ao planeta e a todos nesse momento de vibração e energia que podem PROVOCAR a nossa transição. Temos é que vestir a NOSSA COR INTERNA. A nossa verdadeira cor.

Desejo que a gente possa dar muitos pulos internos. Desejo que a gente prometa no silêncio do nosso coração realizar a nossa transição, o nosso movimento por nós mesmos. Pela nossa honra, pelo privilégio de estarmos vivos. Desejo que a alegria das doze badaladas possa ter realmente invadido e ressoado nas nossas almas e nos nossos corações, na verdadeira missão de sermos seres melhores e maiores.
Desejo que o EGO de cada um ocupe o lugar certo. Do tamanho certo, e que a gente possa controlá-lo ao invés dele nos controlar. Desejo que a nossa alma se torne IMENSA e que assim, possa sempre buscar o relativo, o contexto para que não caiámos na tentação do julgamento, da rigidez, do certo ou do errado. Desejo que as doze badaladas tenha trazido a verdadeira consciência de que nós somos seres ÚNICOS e que como tais, devemos cuidar do nosso corpo e do nosso espírito. Desejo que no espanto e na alegria do estourar dos fogos e das rolhas de champagne, o despertar possa ter entrado na nossa alma para sermos pessoas mais gentis e com um olhar diferente para o outro. Desejo que o AMOR que levou a tal Cinderela a arriscar tanto, possa ter a força de transmutar qualquer rancor ou maldade que cada um de nós ainda possa ter.
Desejo que as doze badalas ecoadas aqui ou no Japão (país que me ensinou tanto), possam ter nos trazido o trabalho certo, a missão trilhada e a realização no caminho do cumprimento. Que esse trabalho, possa ser traduzido em nosso propósito de VIDA e de ALMA e que por fim, possa nos alegrar e ajudar o outro.

Meu desejo vem DEPOIS da meia-noite. Assim mesmo, depois do feitiço desfeito, depois da energia estonteante, enebriante que pode nos distrair. Assim mesmo, como a tal da Cinderela que VOLTA à sua realidade interior, com sua verdadeira essência na busca e no encontro dela mesma com o SEU verdadeiro AMOR.

Feliz DESPERTAR.