terça-feira, 30 de novembro de 2010

O Controle do xixi

Tive a maravilhosa oportunidade de fazer uma palestra, onde pude mais uma vez exercitar o meu Propósito de Vida. Já agradeci aos que estavam lá e aos que me convidaram. Lá, nessa palestra, falei do protagonismo e da liderança. Coisas que não cansam de se confundir e não devem se cansar mesmo. Uma está intimanente ligada à outra. Um líder deve antes de tudo SER um protagonista. Coisa que vem desde a nossa infância, mas que infelizmente nos esquecemos com o passar do tempo. E então, por uma ESCOLHA nossa, resolvemos adotar e nos travestir na posição de vítima. Digo que é uma transversão porque definitivamente não nascemos para ser vítimas. Nossa luz, resistência, inteligência, saúde e tudo mais que cerca o ser humano, nos deu a possibilidade maravilhosa de exercer o protagonismo, a PRESENÇA.

E então diante do tema Protagonismo e Liderança veio uma das partes (que eu adoro) onde cito o desejo, a vontade e a petulância do ser humano em CONTROLAR tudo. Essa vontade vem do sentido "errado" de querer liderar. Líder não controla, líder acompanha, está junto, inspira, indaga, faz perguntas, se coloca PRONTO para ajudar. É, acima de tudo um "auxiliar" de gente. Mas...no ímpeto e no medo do EGO, a pessoa quer controlar. E aí controla até o seu xixi. Falei disso na palestra e senti que de alguma forma, as pessoas ali presentes controlavam o seu xixi. Todos controlam o seu xixi. Eu também controlo o meu xixi ou pelo menos tenho a pretensão de controlá-lo. Às vezes, é claro, porque aprendi que quanto mais a gente controla o nosso xixi, a gente quer controlar o OUTRO, as COISAS, a VIDA. Quanto mais vem o controle do xixi, vem o medo de não estar ali, em qualquer lugar. Vem o medo de não participar, de ser excluído. Sim, porque se eu saio pra fazer xixi eu "perco" alguma coisa e nós "seres onipresentes", não podemos perder nada.
Estamos controlando mais as coisas ou tentando controlá-las (através de todas as ferramentas que o mundo e a tecnologia nos coloca à disposição) porque estamos morrendo de medo e estamos também sucumbindo ao lado "sombra" do EGO, que não quer perder o seu lugar. E aí ficamos na reunião loucos de vontade de sair para fazer o tal do xixi, pois não podemos perder a "fala" do outro ou não queremos que o outro fale de nós sem estarmos presentes. Medo, insegurança, falta de presença ? Covardia ? Sei lá, mas a única coisa que sei é que quando PRENDEMOS o nosso xixi, quando tentamos CONTROLAR o nosso "fluxo", deixamos de ter e exercitar a LIBERDADE. Deixamos de respeitar a nós mesmos e as nossas necessidades mais BÁSICAS, como por exemplo, as fisiológicas.

Mas que pretensão a nossa prender o nosso xixi ???!!! E mais do que isso, por muitas vezes, numa reunião, quando alguém nos diz baixinho que precisa sair pra fazer xixi, falamos "ahhhh aguenta mais um pouco" ou "pode ir que eu anoto as coisas pra você"...Mais que pretensão. E quem disse que é importante anotar ? Por que é importante anotar tudo ? Por que é importante (e cada vez mais) controlar e saber de tudo ? A resposta pode ser: porque estamos prendendo e controlando demasiadamente o nosso xixi. Metáfora ? Claro que pode ser, mas serve para refletir...

Imagino que os urologistas devem estar com seus consultórios cheios e que os remédios para infecção urinária devem estar aumentando bastante as suas vendas. Tem sempre alguém que ganha com o "controle" do outro. Uma pena...(outra metáfora..rsss)
Pois então, devo dizer que não nascemos para controlar nada e muito menos o nosso xixi ou outras coisas mais. Nascemos para exercitar a liberdade de sermos quem somos e respeitarmos o nosso xixi e o xixi do outro (mais metáfora...rsss). Vou parar.
Os animais não prendem o xixi. Simplesmente fazem. E quando o cachorrinho de apartamento fica louco pra sair pra fazer o SEU xixi, a gente até diz pra ele esperar um pouco e quando ele não aguenta mais, ele faz em qualquer lugar e então a gente briga com ele. "Que desgraçado que AINDA não "APRENDEU" a controlar o seu xixi !!!" Assim como a criança, maravilhosa na sua pureza e inocência de liberdade e os nossos velhos, na sua inocência e falta de "controle". E com os nossos velhos somos ainda mais impacientes. Eles não podem não controlar o xixi. Nós achamos. Triste ilusão. Lamentável engano de quem se perdeu no medo e na insegurança de não deixar a vida fazer a sua parte.

O CONTROLE pode ser muito diagnosticado no desejo e na atitude cotidiana de prender o xixi. De prender as palavras, de prender os desejos, de prender a alma, de prender as paixões, os talentos, a vocação. De prender o nosso MELHOR. De escolhermos não sermos verdadeiramente PROTAGONISTAS de nós mesmos. De sucumbirmos ao controle e ao medo do EGO. Enfim, de não darmos a oportunidade maravilhosa para o exercício PLENO da VIDA !!!

terça-feira, 2 de novembro de 2010

Sr.Palhaço, Sra.Seringueira e Sra.Esperança

Sem nenhuma ofença aos palhaços - até porque os acho parte da vida de todos nós - estamos vendo AINDA em cena o tal palhaço que se diz palhaço (o Deputado eleito Tiririca) curtir com a cara do Brasil. Temos que enfrentar esse tipo de coisa. Temos que viver esse tipo de "malandragem" para entender de uma vez por todas, ou quem sabe não entender nunca, que palhaços (os verdadeiros) não fazem isso com as pessoas...
Esse que está por aí vingindo-se de palhaço, nada mais é do que um "fantoche" nas mãos dos que sabem lidar com os que se deixam levar. Todos - os malandros no caso - saem ganhando. É como se fosse uma legião de pessoas que querem ver o "circo pegar fogo", coisa que aliás, o verdadeiro palhaço teme e repudia. E de pessoas que querem simplesmente levar vantagem. Ter sido o deputado mais votado do Brasil, mostra um Brasil verdadeiramente legítimo no seu desejo de repúdio a tudo que está por aí na política e também um Brasil que esqueceu o que significa um cargo legislativo ou executivo. Um Brasil que não sabe e não quer saber. Lamentável...
E agora estamos vendo o falso palhaço ter que provar que sabe ler e escrever. É o mesmo que dizer que é médico sem nunca ter frequentado uma faculdade de medicina. Sem nunca ter se especializado e assim, colocar em risco a vida alheia. Sim, este Brasil dos analfabetos não se importa muito se um analfabeto pode lhes representar. Porém, para essa representatividade faz-se necessário o valor do saber das letras e das leis para que a ajuda seja mais eficaz. Veremos no vai dar, mas efetivamente precisamos de mais seriedade e competência nos cargos públicos; e pelo o que parece, o falso palhaço não possui esses predicados tão necessários. É mais uma tentativa de bagunçar o que já é tão bagunçado.
Mas quero aqui defender os verdadeiros palhaços maravilhosos de nossas vidas, que só nos levam alegria e emoção ao invés de decepção e vergonha.

Por outro lado. E digo literalmente do outro lado do Brasil, lá na ponta, no extremo noroeste surge a Sra.Seringueira Maria Osmarina da Silva com seu corpo magro, sua fala rouca e seu olhar com a seiva da verdade. Essa mulher, que independente de sua origem criou no mínimo - na cara dos brasileiros - o verdadeiro valor da verdade. Sempre com os mesmos ideiais e as mesmas idéias, consegeguiu impor na sua campanha a Presidência da República, algo que não víamos há muito tempo: coerência ética ou ética coerente. Tanto faz. O importante é que ela falava aquilo que fazia. É o tal "walk the talk" que tanto se comenta no mundo corporativo. Se comentamos tanto é porque sentimos falta, ou porque gostamos muito, não é mesmo ? Pois então, a tal Sra.Seringueira não precisou provar que FOI analfabeta, pois já havia dito isso antes. E muito menos precisou se travestir de palhaça ou ex seringueira, porque também já havia comprovado a sua origem, o seu passado.
Sinto que ganhamos muito com a sua "derrota" nas eleições. Na verdade sinto que foi uma vitória. Essa vitória dos que se preparam, dos que avisam, dos que se anunciam antes de chegar. Foi isso. Marina anunciou a sua futura chegada ao Palácio do Planalto. Tenho certeza disso. Quero ter certeza disso. Aqui dentro do meu coração. Não sou partidário dela. Não tinha simpatia nenhuma em relação a ela, mas devo dizer que a cada dia ela foi me conquistando. E acho que ela não me gerava nenhuma empatia ou simpatia, justamente porque ela foge ao "modelo" de líder que estamos acostumados. E de repente ao ver o falso palhaço e a verdadeira seringueira me dei conta dos extremos a serem percebidos, vistos e analisados. Eles não vieram juntos nessa eleição assim, por acaso. Tem muito a dizer e a entender nessa "união". De um lado o falso e do outro o verdadeiro. Dos dois lados o caricato - na visão limitada da sociedade - e de ambos os lados o desejo de fazer algo. Um pelo bem do que sustenta o indivíduo, a sociedade e o planeta e outro pelo bem do seu próprio bem e dos que lhe devem. Uma verdadeira aula da luz e da sombra. Como nós. Exatamente como nós; na luz e na sombra. Há os que preferem a luz. Há os que preferem a sombra. É só uma questão de escolha. Aliás, como tudo na vida.
O que resta diante DESSA escolha, é a RESPONSABILIDADE em assumir que preferiu um lado em detrimento do outro, sem CULPAR qualquer outro indivíduo, senão a si próprio.

Ao mesmo, surge no meio disso tudo a Sra. Esperança. E esse "meio" não é literal no significado da localização. É no "bolo" entre o falso Palhaço e a verdadeira Seringueira. Surge então a Sra.Esperança que antes se chamava Dilma. Agora ela passa a receber a outorga da ESPERANÇA. Isso é o que nos resta. ESPERANÇA. Aliás, como em muitas vezes nesse Brasil que AINDA aprende a votar, a escolher os seus líderes, seus dirigentes. Mas se uma Corporação, tão acostumada a escolher os seus líderes e dirigentes erra, por que não podemos errar ? É, até podemos, mas o tamanho desse erro é infinitamente maior. Então seria bom que nós brasileiros pudéssemos apressar um pouco o aprendizado...
A Sra.Esperança, surge com o discurso do "outro" e agora acolhe em si a responsabilidade de criar às pressas o seu próprio discurso. Grande desafio e mais uma vez amparado pela esperança brasileira de dias melhores e mais justos. De trabalho sem esmolas e de líderes sem mando ou desmando. Dias de esperança por líderes e dirigentes que nos inspirem e definitivamente nos ajudem a progredirmos como nação, como sociedade, como gente. Esperança de termos no presente e no futuro, um país onde possamos aprender pela exemplaridade e pela prática dos que cresceram com as próprias pernas, como o próprio esforço. Vamos esperar. Vamos aguardar.
Outro dia falei muito disso: o esforço e o talento. O segundo não vive sem o primeiro. Ou seja, não adianta sermos talentosos se não nos esforçamos, se não nos dedicamos a cada dia para fazer melhor e melhor.
Pois é assim que vejo a Sra.Seringueira, colocando ESFORÇO no seu TALENTO para que de forma genuína e verdadeira possa inspirar um Brasil melhor com muita comprovação de que se pode, sem esquecer da esperança por dias honestos, éticos e acima de tudo com muita alegria. Aquela alegria dos verdadeiros e maravilhosos palhaços que um dia encheram de luz a vida de todos nós.